Velocidade na veia

Fabrício Dian herdou de seu pai um Escort 1985, sendo esse seu primeiro contato com carros antigos. Apesar de parecer um modelo comum, a surpresa está embaixo do capô: apaixonado por adrenalina e velocidade, Fabrício turbinou o veículo, que agora atinge 200km/h com extrema facilidade

01/06/2023 Especiais Carolina Padilha Alves Penélope Fetzner

Nesta história, a adrenalina está realmente na veia. Há algumas décadas, eram feitas corridas de estrada de chão, que ligava Vacaria até Caxias do Sul, e nelas sempre estava presente Agenor Dian, avô de Fabrício.

Agenor passou esse amor por carros e corridas para seu filho Silvio, que fez o mesmo com o neto, chegando agora na parte em que vamos nos deter. “Eu aprendi a dirigir com apenas sete anos de idade, na adolescência ganhei uma moto Garelli e depois um kart. Me apaixonei por tudo o que pudesse me trazer velocidade e sempre fui influenciado pelo meu pai e meu avô”, conta Fabrício.

Em Julho de 2019, Silvio, que sempre gostou da marca Ford, adquiriu um Escort 1985. Infelizmente, ele veio a falecer meses depois, deixando para o filho esta relíquia na garagem. “Em uma noite aleatória, entrei na internet e comecei a comprar itens para colocar no Escort, como rodas, suspensão, e acabei comprando um kit de turbina, que virou o diferencial deste veículo”, explica o atual dono.

O Escort, que é a álcool e na época vinha com opcional de antena elétrica, tem 130 mil quilômetros rodados, ganhou alguns retoques na pintura e continua carburado, recebendo então a denominação de Sleeper, já que é todo original, mas conta com uma surpresinha embaixo do capô. “É um projeto diferente, dificilmente alguém ia querer turbinar um Escort, pois é quase como se não fizesse sentido. Mas, como eu o achava muito sem graça, pensei que ele merecia um carinho e que eu poderia deixar mais a minha cara. Provavelmente meu pai, lá de cima, não tenha aprovado minha ideia, sei que jamais ele iria rebaixar ou turbinar, mas a lembrança dele está ali viva, e ele sabe que nunca irei vender”, afirma.

Fabrício contabiliza mais de trinta acidentes, entre enroscadas, arranhões, fraturas expostas e perda total em alguns de seus carros e motos. Mas nada disso fez com que ele parasse de apostar na liberdade que a direção traz. “Nunca machuquei ninguém e tenho sorte de estar aqui para contar todas as minhas histórias. Esse é o problema de gostar tanto de adrenalina, ela vicia e é o que me faz sentir vivo”, revela.

O proprietário nos conta que ele não recebe muitas propostas de compra, pois o valor comercial do modelo é muito baixo, girando pelos R$4 mil na tabela FIPE, além de não ser um carro que os colecionadores procuram. “No entanto, o pessoal fica louco quando, na estrada, eu ultrapasso carros novos e potentes. Ele não veio com estabilidade boa de fábrica, mas com as alterações feitas conseguimos melhorar isso e, claro, vai de 0 a 200km/h com facilidade”, diz.

Denis, filho de Fabrício e que já é a quarta geração da família Dian a ter interesse pelo mundo automobilístico, está se formando em Engenharia Mecânica e promete dar seu toque final quando for a sua vez de pôr as mãos no Escort turbinado.

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