Jazz session

Júlio César Machado da Silva é um baixista e entusiasta da música instrumental, que está lançando seu novo trabalho, voltado totalmente para o jazz e os bons sentimentos que esse estilo musical é capaz de proporcionar

01/03/2020 Artistas Carolina Padilha Alves

Júlio César é o único músico de sua família, tendo descoberto sozinho sua aptidão para os instrumentos. Com apenas quatorze anos, entrou para o grupo de jovens da igreja que frequentava e lá sua musicalidade despertou.

Porém, Júlio nos conta que no início todos diziam para ele desistir, pois não levava jeito para a atividade. Tentou tocar bateria, teclado, violão, mas nada dava certo em suas mãos. Até que um dia segurou um contrabaixo pela primeira vez e foi então que a chave virou em sua cabeça.

“Descobri por insistência qual era o meu instrumento de coração e desde então, nunca mais larguei-o”, comenta o músico.

Sempre muito focado e determinado, Júlio começou a estudar sozinho e assim o fez por alguns anos, até que decidiu matricular-se em uma escola para ter a experiência de aulas presenciais. Após alguns meses frequentando a Arte Musical, seu professor precisou ir embora e indicou Júlio para ser seu substituto. “Assumi como novo professor e, com o tempo, cheguei a ter cinquenta alunos que queriam aprender cordas, como violão, guitarra e, claro, o baixo”, relembra.

As oportunidades para tocar em bandas começaram a aparecer. O vacariano dividiu o palco com artistas renomados da cidade e região, como Luis Armando Guedes, Ana Paula Chedid, Ricardo Rosa, Uiliam Michelon, entre tantos outros.

Extremamente estudioso, o músico participou de diversos festivais, como o Festival de Música de Itajaí/SC, Festival Internacional Sesc de Música em Pelotas/RS, Festival Internacional de Inverno - Vale Vêneto - em Santa Maria/RS, e o Curso Internacional de Verão - CIVEBRA - em Brasília/DF, onde passou mais de vinte dias em uma imersão que o deixou extasiado.

“Cheguei lá achando que tocava alguma coisa, mas tive o maior chacoalhão da minha vida. Voltei com apostilas, CDs e DVDs, estudei muito e tive acesso a artistas excelentes do meio. Percebi que em termos de conhecimento musical e até mesmo na questão da diversidade de gêneros musicais, estamos um pouco atrasados. As informações que recebemos hoje, em lugares como Brasília, Rio de Janeiro, até mesmo em Porto Alegre, que é aqui perto, já estão defasadas. O que para nós é uma novidade, para eles já passou há muito tempo”, afirma.

Sempre na procura por aperfeiçoamento, o músico teve mestres importantes como Fábio Alves, contrabaixista da Orquestra da UCS, Adriano Giffoni (tocou com Gal Costa), Artur Maia (tocou com Gilberto Gil), Lucas Esvael, André Neiva, Milton Masciadri, entre outros profissionais de destaque. Júlio também iniciou a faculdade de Licenciatura em Música em Passo Fundo, porém parou faltando pouco para concluir.

Após muitos anos dando aulas em projetos sociais das prefeituras de Esmeralda, Pinhal da Serra, Muitos Capões e Monte Alegre dos Campos, atualmente o artista versátil toca na banda de pagode Swing Sem Razão, no grupo sertanejo Irmãos Vilante, está envolvido em alguns projetos de música nativista e agora está lançando seu primeiro disco, chamado Horizontes Paralelos. O projeto com influência Jazzística, totalmente focado em música instrumental, dá o destaque para o contrabaixo, que faz, não apenas a função de instrumento de acompanhamento, mas atua como o solista principal.

Para esse disco 100% autoral, o compositor conta com Gleidson Dondoni na bateria e Mateus Canto na guitarra, além de outros convidados especiais. O CD com suas composições será lançado este ano, acompanhado de um espetáculo de lançamento, programado para acontecer ainda no primeiro semestre de 2020.

“Quero deixar algo para as novas gerações, um legado de música boa e trabalhada para quem tiver interesse em aprender e consumir. Também encaro como uma proposta diferente para a cidade, trazendo um novo tipo de som, mais conceitual, mas ainda assim um som que é capaz de tocar todo mundo”, afirma Júlio.

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